BRICS: C de China

BRICS: C de China

Imagem da noite em Shangai.

1. A China não está chegando agora…

A China foi por longos séculos um ator preponderante nas Relações Internacionais do Leste Asiático. Sabidamente entre o século V e o século XV, ou seja, por um período de cerca de um milênio, o Estado chinês teve seu auge como líder do sistema sinocêntrico[1] e atuou com mais preponderância estatal na região do Sudeste Asiático (HENDLER, 2018, p. 258). Após um fechamento autoimposto na Dinastia Ming (1368-1644 d.C.) houve um maior isolamento do país. Anos mais tarde, a partir de 1839, a China entrou no que é conhecido em sua história como O Século das Humilhações, que vai de 1839 até 1949, ano da vitória do Partido Comunista Chinês (PCC) sobre os nacionalistas liderados por Chiang Kai-Shek[2] (KAUFMAN, 2021).

            Portanto, quando se trata da ascensão chinesa, ou mesmo da ascensão econômica chinesa, muitos autores no Ocidente costumam ignorar a pujança desenvolvimentista que esse país teve nos últimos milênios[3]. Ou seja, o termo “ascensão chinesa” para tratar do desenvolvimento que a China apresenta desde a década de 1980 não é todo correto. O termo mais apropriado seria “reascensão”, ou mesmo “renascimento” do poderio e influência chinesa no sistema internacional[4]. Tanto é verdade que, nos últimos dois milênios, a China esteve sempre entre os principais players mundiais no campo econômico, como é demonstrado no gráfico abaixo.

Gráfico 1 – Porcentagem do PIB mundial entre 1 d.C. e 1998

Fonte: Maddison (2001) apud Dahlman; Utz (2005, p. 132).

Com isso, nota-se a relevância histórica que o país asiático possuiu ao longo dos últimos séculos. Agora, a partir do terceiro milênio, a China se reestabeleceu no Sistema Internacional com sua economia forte e inovadora. Sua inserção na comunidade internacional ocorre nas últimas décadas tanto por sua integração regional com vizinhos asiáticos, como através de sua inserção em instituições internacionais multilaterais. Porém, destaca-se a importância que a China concede à iniciativas diplomáticas e políticas com países em desenvolvimento, seja por parcerias bilaterais, multilaterais ou via blocos econômicos.

Uma das principais iniciativas que o país fez e faz parte no século XXI foi a do então grupo BRICs em 2008 (para mais informações, ler o primeiro artigo do especial BRICS do Dois Níveis[1] ). Após 2011, já com a presença da África do Sul. Apesar de haver inúmeros especialistas, acadêmicos e políticos descrentes acerca do potencial de convergência dos cinco países do grupo, houve significativo progressão nas integrações entre os membros, valendo citar aqui a concepção do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) do BRICS, na Cúpula de Fortaleza de 2012, assim como a de facto criação do NDB juntamente com o Acordo de Reserva de Contingência no valor de US$ 100 bilhões no ano de 2014.

Vista do céu de Pequim

2. Integração Regional com a China

Diferente de outros países pelo mundo, na qual a integração regional é limitada a pouquíssimas iniciativas multilaterais, à exemplo do Canadá e EUA com o NAFTA, ou o Uruguai com o Mercosul, as formas de integração regional da China são mais variadas, e isso ocorre, entre outros motivos, pela sua geografia: além de ser o quinto maior país do mundo em extensão territorial, com mais de 9 milhões de km², faz fronteira com impressionantes catorze países, incluso nações do Oriente Médio, Ásia Central, Sudeste e Leste Asiático. Portanto, é imaginável que a maneira que a China se relacionará diplomaticamente com o Afeganistão não será a mesma que a China se relacionará com o Vietnã ou com a Mongólia. Visto isso, o dragão asiático está presente em diversas iniciativas de integração regional, a exemplo do BAII, Fórum Regional da ASEAN ou a Organização para Cooperação de Xangai.

A integração regional do Leste Asiático se desenvolveu de maneira única, pois, diferente da integração de outras regiões e subregiões do globo, por lá a economia e integração das economias nacionais tiveram um peso maior na aproximação dos países.

[…] O regionalismo do Leste Asiático segue um padrão marcantemente diferente daquele visto na Europa e em outras regiões. Na ausência de um mecanismo formal institucional, a integração regional do Leste Asiático tem sido guiada pelas forças de mercado e pelo desenvolvimento de crescentes e sofisticados compartilhamento de produção, além de uma rede de comércio intra-regional, na qual o rápido crescimento chinês tem sido fundamental[5]

(DE GRAUWE; ZHANG, 2016, p. 1).

Com o crescimento econômico robusto apresentado pelos países da Ásia, assim como sua maior interdependência proveniente do comércio intra-regional, amenizou-se algumas tensões que impossibilitavam a maior integração do Leste Asiático, sabidamente: a disputa sino-japonesa pelas ilhas Diaoyu/Sensaku, e a disputa pelas ilhas Paracel e Spratly entre a China e países do Sudeste Asiático (KHANNA, 2019, p. 63). Com isso, foi havendo mais integração e comércio, e menos conflito, situação internacional que permitiu a ascensão de instituições como o Fórum Regional da ASEAN em 1994, o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura, lançado pela China em 2014, e a Parceria Econômica Regional Abrangente (RCEP, na sigla em inglês) em 2020.

Apesar da China não fazer parte da ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático), ela criou um ótimo relacionamento diplomático com o bloco no período pós Guerra Fria. Em 1991 se iniciaram os diálogos entre a ASEAN e China – cinco anos depois, em 1996, a China se tornou ‘parceiro de diálogo’ do bloco regional. Em 1997 houve o que é conhecido como o ASEAN + 1, numa cúpula informal da ASEAN com a China que ocorreu em Kuala Lumpur, capital da Malásia, na qual se estabeleceu uma parceria orientada ao século XXI para boa vizinhança e confiança mútua entre as partes. Hoje em dia, a China se encontra em vários mecanismos de diálogo e institucionais do bloco regional, incluso aí: Fórum Regional da ASEAN, ASEAN + 1, ASEAN + 3 (China, Japão e Coreia do Sul) e a Cúpula do Leste Asiático (CHATTERGI, 2021).

Entretanto, além do melhor desenvolvimento diplomático com os países do Sudeste Asiático, a China desde a década de 1990 tomou iniciativas em prol da institucionalização do diálogo diplomático multilateral com nações da Ásia Central. Em abril de 1996 os líderes de cinco países se encontraram na cidade chinesa de Xangai – onde haviam representantes da Rússia, China, Cazaquistão, Quirgistão e Tajiquistão. Nessa reunião, foi assinado o Tratado de Aprofundamento da Confiança Militar nas Regiões Fronteiriças. Cinco anos depois, em 2001, o Uzbequistão aderiu o grupo e formam oficialmente a Organização para Cooperação de Xangai, com três propósitos básicos: combate ao terrorismo, separatismo territorial e o extremismo islâmico. Nos dias de hoje, mais dois países entraram na instituição: Índia e Paquistão, além de terem quatro membros observadores (Afeganistão, Bielorrúsia, Irã e Mongólia) e seis parceiros de diálogo. A instituição, hodiernamente, é pautada pelo diálogo multilateral presente entre os membros (GONÇALVES, 2021).

3. As Décadas de Ouro do BRICS

Em setembro de 2017 a China recebeu na cidade de Xiamen os líderes das demais nações do BRICS. No discurso do presidente chinês, Xi Jinping citou que a primeira década de existência do BRICS foi uma década de ouro, que, apesar da distância (literal e metaforicamente), os países conseguiram estabelecer fortes laços e uma cooperação mutuamente benéfica – o presidente chinês também enfatizou que a partir de então o bloco vive o início da sua segunda era de ouro (XI, 2017, p. 535). No mesmo discurso, Xi Jinping enfatizou o objetivo de melhorar a qualidade de vida dentro do bloco, assim como melhorar os números da economia intra-BRICS: segundo o presidente Xi, apenas 5,7% dos investimentos de países do BRICS são investidos em outros países do bloco, ou seja, US$ 11,2 bilhões de um universo de US$ 197 bilhões para o ano de 2016. O líder chinês também relembrou que as estratégias de desenvolvimento nacionais de cada país são únicas pelas particularidades domésticas de cada um, porém, são complementares, e que todos podem aprender com todos (XI, 2017).

[…]Embora separados por montanhas e oceanos, nossos cinco países têm estado fortemente conectados por um compromisso compartilhado de cooperação mutuamente benéfica. Como diz um antigo ditado chinês, “Uma parceria forjada com a abordagem correta ignora distância geográfica; é mais resistente que cola e mais forte que metal e pedra[6].

(XI, 2017, p. 535)

Já em relação ao encontro do BRICS em setembro de 2021, Xi jinping uma vez mais enfatizou a importância do desenvolvimento sustentável dos países do bloco ao citar a relevância da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas. Na mesma linha de raciocínio, Xi promoveu o verdadeiro multilateralismo, citando nominalmente a Carta da ONU e a garantia de um sistema internacional centrado no aparato das Nações Unidas, assim como aparado na lei internacional. O presidente também advogou pela importância da Organização Mundial da Saúde pelo progresso na distribuição das vacinas, assim como citou a importância de compartilhar informações sobre a COVID-19. Ainda no aspecto de saúde, ele defendeu a criação de um centro de pesquisa e desenvolvimento de vacinas do BRICS (MOFCOM, 2021).

4. Comércio Intra-BRICS

Um assunto recorrente na cúpula do BRICS, é o constante incentivo a ampliação da integração econômica entre os países membros. A China, a maior economia do bloco, é responsável por trazer maior dinamicidade às relações comerciais intra-BRICS, é o país que mais importa dentro do BRICS, principalmente do Brasil e da Rússia, e também o que tem o maior volume de exportação entre os países do grupo. O papel fundamental para o comércio que a China exerce no BRICS, devido a enorme desenvoltura de sua economia, são as vantagens que o seu crescimento proporciona para as demais economias do grupo, que exportam para a China, em sua maioria, matérias primas fundamentais para sustentar seu rápido crescimento, como soja e ferro do Brasil, petróleo da Rússia e algodão e cobre da Índia (GARCÍA, 2014).

Países como o Brasil e a Rússia foram os que mais se beneficiaram com a relação comercial com a China. O Brasil, viu um rápido crescimento de suas exportações para a China após a criação do BRICS, o país tinha em 1998 um pouco mais de um bilhão de dólares vendidos à China, em 2010 esse valor ultrapassou 25 bilhões de dolares tornando a China sua principal parceira econômica, assim também com a Rússia aumentando suas exportações de petróleo para a China (GARCÍA, 2014). Uma vantagem para além do superávit comercial para alguns países do BRICS, é o melhoramento do nível de tecnologia de exportação dos países do grupo. Um estudo publicado pelo International Journal of Emerging Markets, procura analisar se a exportação da China, para os membros do BRICS, aumenta a competitividade exportadora dos membros do bloco. O estudo conclui que as exportações da China para o BRIS (BRICS sem a China) otimizam seus níveis de tecnologia e acelera a cooperação dos BRICS nas cadeias industriais, de suprimento e de valor (JIANG; CHEN; LAN e ZHU, 2021). Concluindo a relação comercial que a China tem intra-BRICS, proporciona aos países membros vantagens em ter o país como parceiro econômico, tanto no aumento de suas exportações para a China, como na modernização de suas tecnologias de exportação os tornando mais competitivos no comércio internacional.

5. Desafio na agenda ambiental para a China

O rápido crescimento da economia chinesa, após a abertura econômica, deu à China o título de maior emissora de gases de efeito estufa, isso devido ao carvão que é sua principal matriz energética. O carvão é responsável por dois terços do consumo de energia na China, e por mais que os investimentos chineses em energias renováveis sejam os maiores do mundo, ainda não é suficiente para se tornar independente das termelétricas. Com base nesse contexto, é possível perceber a enorme dependência que a China tem do carvão para a produção de energia, que está intimamente relacionado ao seu acelerado crescimento econômico, e consequentemente, suas dificuldades para conseguir cumprir as metas para um desenvolvimento verde, em virtude do plano de descarbonização apresentado pelo presidente Xi Jinping no discurso de abertura da Assembleia-Geral da ONU no ano de 2020.

Uma política para um rápido crescimento da economia chinesa, urbanização e modernização do país nos últimos 30 anos, resultou em um PIB com crescimento invejável e em milhões de pessoas saindo da linha da pobreza. No entanto, todo esse crescimento foi baseado em uma cadeia energética derivada de combustíveis fósseis e do carvão, recursos não renováveis altamente poluentes e responsáveis pelos gases de efeito estufa.  A China é um dos países que mais possui reservas de carvão, boa parte de sua indústria se desenvolveu e se manteve em um alto crescimento devido a ele. O carvão, por ser sua principal matriz energética, foi responsável em 2018 por 59% da energia gerada, mesmo depois de já ter estabelecido como meta em 2012 a redução do uso do carvão devido às altas taxas de poluição do ar (BARBIERI; FERREIRA, 2019). Mesmo o carvão sendo uma fonte energética altamente poluente, que causa inúmeros danos ambientais e também é uma das causas da crise climática que atualmente é enfrentada, não é fácil para a China substituir rapidamente sua estrutura industrial, baseada no carvão, para energias de fontes renováveis. Setores estratégicos para a construção civil mundial depende do carvão, por exemplo, na produção de aço e cimento, e que a China é responsável por 56,5% da produção de aço e 53,7% da produção mundial de cimento (WORLD STEEL ASSOCIATION, 2021; STATISTA, 2021).

O reconhecimento da importância das questões ambientais e climáticas e investimentos no setor estão sendo feitos com bastante intensidade. Embora a preocupação da China com as questões ambientais pareça ser recente, o governo chinês já demonstrava preocupações com o meio ambiente desde os anos 2000 e vem desde de 2007 encarando o desenvolvimento de energias renováveis como medida estratégica para o melhor uso dos recursos naturais (NRDC, 2007, p. 4). A busca pela descarbonização do setor energético, fez da China nos últimos quinze anos o maior investidor em fontes de energias renováveis (IEA, 2021). Os investimentos em energia verde são crescentes, e variam desde os em energias eólicas e solares, à produção de hidrogênio verde e baterias para carros elétricos. Embora a preocupação da China com o meio ambiente estejam cada vez maiores, ainda falta muito para conseguir se ver totalmente livre do carvão como base de sua matriz energética, a China deve optar para uma redução gradual da dependência do carvão e redução dos gases de efeito estufa, como foi já abordado no 14º plano quinquenal[7] do governo central chinês.

6. Prioridades da política externa da China

O 14º plano quinquenal (2021-2025) foi aprovado no início de 2021 pelo Congresso Nacional do Povo, os planos quinquenais chineses têm por objetivo o planejamento das ações chinesas para os próximos cinco anos, abordando assuntos e metas para a economia nacional e comércio exterior, desenvolvimento sustentável, tecnológico e obviamente, para a política externa. O documento é um ótimo material para entender melhor quais serão as próximas diretrizes para a política externa que a China terá nos próximos anos. Embora o plano quinquenal apresente os pontos fortes que serão focados pelo governo chinês na promoção de sua política externa, questões com a cooperação e o multilateralismo continuam sendo o cerne de sua política, principalmente em um contexto pós pandemia de COVID-19, como foi apresentado na ata do BRICS deste ano.

Panda descansando. Os pandas são um dos símbolos nacionais da China.

Os principais pontos apresentados referentes à política externa, são a expansão do soft power cultural chinês, o desenvolvimento verde e a segurança nacional e o fortalecimento militar. A China pretende aprimorar o seu soft power cultural, melhorando sua imagem apresentada ao mundo não apenas em veículos midiáticos, mas também avançando na integração da economia mundial, por meio de estruturas multilaterais e bilaterais (IEDI, 2021). A Iniciativa Cinturão e Rota, carrega uma importância para a política externa chinesa, principalmente no que diz respeito a promoção de seu soft power, promovendo uma maior integração da China com outras economias, desembolsando investimentos nos países participantes, desenvolvendo o comércio com esses países e promovendo a cooperação em diversas áreas, como na área da saúde apresentada no plano (IEDI, 2021).

E ainda levando em consideração a Iniciativa Cinturão e Rota, no âmbito do plano para um desenvolvimento verde, desenvolvimento que procura promover uma economia de baixo carbono, respeitando os recursos naturais e desenvolvendo a economia sem degradar o meio ambiente (BPC POLICY BRIEF, 2021, p. 8).  A Iniciativa Cinturão e Rota, é a principal forma de extensão do modelo de desenvolvimento verde para fora da China, por ser onde os investimentos chineses são aplicados com mais intensidade e é onde se tem uma direção mais clara para as projeções futuras das relações da China com os países participantes.

E por fim, um dos temas que também foi central no atual plano quinquenal, é referente à segurança nacional e o fortalecimento militar. Em outras palavras, garantir a segurança nacional pode ser lido como garantir a continuidade do progresso chinês rumo à modernidade, abrange assuntos desde conflitos com os vizinhos, movimentos separantistas e segurança do indivíduo, como o terrorismo (que também apareceu pela primeira vez na ata do BRICS deste ano). Já o fortalecimento militar, direciona para a modernização da defesa nacional e das forças armadas, promovendo uma reforma pautada na ciência e tecnologia, a fim de um aumento quantitativo de sua força militar, mas principalmente da sua projeção no espaço (BPC POLICY BRIEF, 2021, p. 9).

LIVROS SUGERIDOS

JUN, Chang. Cisnes selvagens: três filhas da China. Tradução de Marcos Santarrita. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

YAN, Lianke. O sonho da aldeia Ding. Tradução de André Telles. Rio de Janeiro: Record, 2010.

BIBLIOGRAFIA

BARBIERI, Mariana Delgado; FERREIRA, Leila da Costa. China e Governança Ambiental Global: desafios rumo à liderança. Papel Político, V.24, N.2. 2019. Disponível em: <https://doi.org/10.11144/Javeriana.papo24-2.cgag>

BPC POLICY BRIEF. 14º Plano Quinquenal da China e quais as implicações para a América Latina e o Brasil? BRICS Policy Center, V. 11, N. 6. Rio de Janeiro, 2021. Disponível em: <https://bricspolicycenter.org/publicacoes/14o-plano-quinquenal-da-china-e-quais-as-implicacoes-para-a-america-latina-e-o-brasil/>

CARTA IEDI. O 14º Plano Quinquenal Chinês: transformando a China em potência industrial e tecnológica. Instituto de Estudos Para o Desenvolvimento Industrial. Edição 1094, 2021. Disponível em: <https://iedi.org.br/cartas/carta_iedi_n_1094.html>

CHATTERGI, Rakhahari. China’s Relationship with ASEAN: an Explainer. Observer Research Foundation. Issue Brief n. 459. 2021.

DAHLMAN, Carl; UTZ, Anuja. India and the knowledge economy: leveraging strenghts and opportunities. Nova Iorque: Banco Mundial, 2005.

DE GRAUWE, Paul; ZHANG, Zhaoyong. The rise of China and Regional Integration in East Asia. Scottish Journal of Political Economy, V. 63, n. 1, 2016.

FENG, Jiang; CHEN, Chaofan; LAN, Qingxin e Zhu, Zhaoxi. BRICS Countries? An empirical analysis based on data from STIC. International Journal of Emerging Markets. 2021. Disponível em: <https://www.emerald.com/insight/content/doi/10.1108/IJOEM-08-2020-0929/full/html>

GARCÍA, Arturo Oropeza. The Role of China and the BRICS Project. Mexican Law Review, V. 7, N. 1. 2014. Disponível em: <https://www.elsevier.es/en-revista-mexican-law-review-123-articulo-the-role-china-brics-project-S1870057816300105>

GONÇALVES, Jorge Willian. A Organização para Cooperação de Xangai como Ferramenta de Estabilização. Dois Níveis. 2021. Disponível em: <https://www.doisniveis.com/instituicoes/organizacao-para-cooperacao-de-xangai/>. Acesso em: 29 set. 2021.

HENDLER, Bruno. O sistema sinocêntrico revisitado: a sobreposição de temporalidades da ascensão da China no século XXI e sua projeção sobre o sudeste asiático. 2018. f. 278. Tese de Doutorado. UFRJ, Instituto de Economia, Programa de Pós-Graduação em Economia Política Internacional

INTERNATIONAL ENERGY AGENCY (IEA). Country Profile: China. Data Browser. 1, February, 2021. Disponível em: <https://www.iea.org/countries/china>

KAUFMAN, Alison. The “Century of Humiliations” and China ‘s National Narratives. Testemunho anterior à Comissão de Revisão de Segurança e Economia EUA-China. 2021.

KHANNA, Parag. The Future is Asian: Commerce, Conflict, and Culture in the 21st Century. Nova Iorque: Simon & Schuster, 2019.

MADDISON, Angus. The World Economy: A Millennial Perspective. Paris: OCDE, 2001. 

MOFCOM. Xi Jinping Attends and Delivers an Important Speech at the 13th BRICS Summit. Ministry of Foreign Affairs of People’s Republic of China. 2021. Disponível em: <https://www.fmprc.gov.cn/mfa_eng/zxxx_662805/t1906191.shtml>. Acesso em: 10 de out 2021.

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XI, Jinping. The Governance of China II. Pequim: Foreign Language Press. 1º ed.. 2017.

WORLD STEEL ASSOCIATION. Global crude steel output decreases by 0.9% in 2020. Brussels, 26 January, 2021. Disponível em: <https://www.statista.com/statistics/267364/world-cement-production-by-country/>

IMAGENS

Foto da capa – Imagem da noite em Shangai. Disponível em: <https://www.pexels.com/pt-br/foto/foto-da-paisagem-da-cidade-a-noite-745243/>. Acesso em: 14 out 2021.

Vista do céu de Pequim. Disponível em: <https://www.pexels.com/pt-br/foto/edificios-2844316/>. Acesso em: 14 out 2021.

Panda descansando. Disponível em: <https://pixabay.com/pt/photos/panda-urso-panda-dorme-descanso-1236875/>. Acesso em: 14 out 2021.


[1] O sistema sinocêntrico é um conjunto de interações nas relações internacionais, no caso presente no Sudeste Asiático, pautado pelo domínio territorial, populacional, econômico, cultural e militar da China em relação à outras nações e/ou países da Ásia Central e Leste Asiático. O sistema sinocêntrico foi alterado ao longo das eras em razão das políticas externas e domésticas das variadas dinastias chinesas que lideraram o país. Segundo o prof. Bruno Hendler, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), nas dinastias Qin e Han (221 a.C. à 220 d.C) o sistema sinocêntrico focou sua expansão à Ásia Central; nas dinastias Sui e Tang (581 d.C à 907 d.C o sistema focou na Ásia Central e também no Nordeste da Ásia. Já nas dinastias Song (do sul e do norte); e dos mongóis Yuan, o sistema sinocêntrico focou na Ásia Oriental Marítica – incluso aí no Sudeste Asiático) (HENDLER, 2018, p. 13).

[2] Para dicas literárias de autores chineses sobre o pós-1949, os autores recomendam dois livros: O Sonho da aldeia Ding; e Cisnes selvagens: três filhas da China. Agradecemos o Clube do Livro Shumian por ter realizado a seleção dos livros supracitados.

[3] A China é uma das poucas civilizações hoje que segue viva por milênios ininterruptamente.

[4] Para mais informações sobre o desenvolvimento econômico chinês no fim do século XX, leia o artigo exclusivo do Dois Níveis clicando aqui.

[5] No original: “[…] the East Asian regionalism follows a markedly different pattern from that in Europe and other regions. In the absence of a formal institutional framework, the regional integration in East Asia has been driven by market forces and by the development of increasingly sophisticated production sharing and intra-regional network trade, in which China’s rapid growth has been instrumental.”

[6] Though separated by mountains and oceans, our five countries have been closely bound by a shared commitment to mutually beneficial cooperation. As an ancient Chinese saying goes, “A partnership forged with the right approach defies geographical distance; it is thicker than glue and stronger than metal and stone.”

[7] Desde 1953 o governo chinês utiliza planos quinquenais a fim de estabelecer metas para os próximos cinco anos, objetivando um melhor índice de desenvolvimento e crescimento econômico.


Gustavo Milhomem

Graduado em Relações Internacionais pela Universidade Federal de Goiás. Idealizador do Dois Níveis.

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